PARA ENTENDER A HISTÓRIA É PRECISO LER, ESTUDAR, PESQUISAR, QUESTIONAR E CONSTRUIR A SUA.
A História é o estudo do passado. Esta ciência humana é de fundamental
importância para entendermos o que fomos e o que somos. Um povo que
conhece e valoriza sua história está mais preparado para enfrentar os
desafios do futuro. A História tem como objetivo principal analisar e
interpretar as ações dos seres humanos no tempo e espaço.
Para
entender o momento histórico que vivemos é preciso retornar um pouco na
História. Vamos agora estudar um pouco de teoria numa série de postagens
sobre aqueles que lutaram contra o poder estabelecido, desde a
Antiguidade e que foram por isso denominados "vândalos".
TEORIA PARA A LUTA - "VÂNDALOS"
Capítulo 1 - O termo "Vândalos"
Capítulo 2 - Marginal | Parte 1
Capítulo 2 - Marginal | parte 2
DIANTE DE TANTO SOFRIMENTO OS
ESCRAVOS REAGIRAM DE VÁRIAS
MANEIRAS
Os
escravos reagiam contra a escravidão de diversas maneiras. Algumas mulheres,
por exemplo, provocavam abortos
para evitar o sofrimento futuro do filho.
Outros cativos chegaram a praticar o suicídio,
enforcando-se ou envenenando-se.
As fugas
individuais e coletivas eram constantes. Alguns desses escravos fugidos
procuravam a proteção de
negros
livres que habitavam as cidades.
Outros formavam comunidades com organização
social própria e uma rede de alianças
com diversos grupos da sociedade. Essas comunidades eram chamadas de quilombos.
Além da
fuga, rebelião ou violência contra senhores ou feitores, os escravos criaram
outras estratégias deresistência
à escravidão.
Faziam
corpo mole no trabalho, isto é, reduziam ou paralisavam suas atividades. Muitas vezes, sabotavam a produção quebrando
ferramentas ou incendiando plantações. Na produção do açúcar, por exemplo, a
sabotagem dos escravos era uma ameaça constante. Fagulhas de madeira lançadas
nos canaviais provocavam incêndios, dentes quebrados jogados na moenda do
engenho podiam inutilizar o maquinário e arruinar a safra ou comprometer a
produção.
Entre os
tipos de resistência à escravidão, a formação de grupos de escravos fugidos era
freqüente na América. No Brasil, esses grupos recebiam o nome de QUILOMBOS ou
mocambos, e seus membros eram chamados de quilombolas, calhambolas ou mocambeiros. A palavra quilombo é de origem
africana e significa população, união.
A
resistência quilombola foi uma forma de luta escrava freqüente em vários
períodos e regiões do Brasil. Desde o século XVII até os anos finais da
escravidão, muitos africanos e seus descendentes continuaram fugindo e se
reunindo em quilombos, construindo histórias de luta pela liberdade.
Há vários
estudos sobre quilombos em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.
Embora a
população dos quilombos fosse composta principalmente de africanos e seus
descendentes, havia também entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu,
soldados desertores, gente perseguida pela justiça ou simples aventureiros e
vendedores.
A vida
socioeconômica dos quilombos estava ligada a uma série de atividades:
agricultura, caça, coleta, mineração e comércio. Seus integrantes
sustentavam-se por meio de alianças "clandestinas" com escravos de
ganho, libertos e homens livres, principalmente comerciantes. O Quilombo dos
Palmares foi um dos maiores do Brasil colonial. Recebeu esse nome porque
ocupava uma extensa região de palmeiras, situada no atual estado de Alagoas. Na
época, a região de Palmares pertencia à capitania de Pernambuco.
Várias
expedições militares foram organizadas
para destruir Palmares. Apesar disso, o quilombo resistiu por 65 anos (1629-1694),
chegando a ter, segundo o governador de Pernambuco na época, aproximadamente 20
mil habitantes. Esse número provavelmente foi aumentado pelo governador, que,
assim, pretendia justificar o fracasso das primeiras expedições militares
enviadas contra Palmares.
Em
Palmares, os quilombolas criavam gado e cultivavam milho, feijão,
cana-de-açúcar e mandioca. Realizavam um razoável comércio com os povoados
próximos.
Para os
senhores de engenho, o Quilombo dos Palmares representava um desafio
permanente. Era um sinal concreto de que havia outro modo de vida possível para
o escravo fugitivo.
PALMARES
RESISTIU BRAVAMENTE ATÉ ONDE FOI POSSÍVEL
Um dos nomes
que se destacou em Palmares foi Ganga Zumba (1656 a 1678). Pressionado pelos
ataques dos colonos, Zumba fez um acordo de paz com o governador de Pernambuco.
O acordo previa liberdade para os negros nascidos em Palmares com a condição de
serem devolvidos aos colonos os escravos recém-chegados ao quilombo.
O
sobrinho de Ganga Zumba, Zumbi, fez parte do grupo que não aceitava esse acordo. Zumba foi
destituído e assassinado, e Zumbi passou a ser um dos fortes lutadores de Palmares, na luta contra vários ataques ao
Quilombo. Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante
paulista Domingos Jorge Velho e seus
comandados para atacar Palmares.
Em 1692, o ataque se realizou. O plano de
Jorge Velho era cercar o quilombo e matar todos os seus membros. Os quilombolas
defenderam bravamente sua liberdade. Milhares de pessoas morreram nessa luta em
que os bandeirantes foram derrotados.
Houve,
entretanto, novo ataque comandado por Jorge Velho ao Quilombo dos Palmares.
Dessa vez, o governo enviou ajuda aos bandeirantes: cerca de 6 mil homens,
todos bem armados. Os quilombolas não tinham armas e munições suficientes, mas
ainda assim resistiram durante cerca de um mês. Ao final do longo combate, o
quilombo foi destruído e sua população, massacrada.
Zumbi
conseguiu escapar ao cerco, fugindo pela mata com um pequeno grupo de
companheiros. Dois anos depois, após muitas perseguições, foi preso e morto, em
20 de novembro de 1695. Cortaram- lhe a cabeça, que foi exposta em praça
pública, na cidade do Recife.
Zumbi é,
sem dúvida, o maior símbolo da liberdade, da força, os negros tentando vencer
para conscientizar o mundo de que também são capazes de revolucionar, de mudar esse
mundo racista que quer excluir todos os oprimidos.
É PASSADO UMA VISÃO DE UMA PRINCESA BOA QUE QUERIA O FIM DA ESCRAVIDÃO
A história não é bem assim, vamos entender melhor isso:
Primeiro que, o fim do trabalho escravo já era debatido na sociedade mundial à anos, desde o iluminismo, passando pela Revolução Industrial e sua necessidade de construir um mercado consumidor para seus produtos e escravo, como não ganha salário, não consome. Assim, a sociedade brasileira sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que substitui este tipo de exploração da mão de obra, por outro mais"moderno."
Como a base da economia brasileira era trabalho escravo, a substituição por "escravos assalariados" não poderia ser feita de forma brusca. Era necessário um processo para que os "nossos" grandes fazendeiros
pudessem adaptar a produção e não ter prejuízos.
Em 1850, por pressão do Imperialismo Inglês, o Brasil promulgou a Lei Euzébio de Queiroz, que proibia o
tráfico de negros, ou seja, não se poderia mais trazer africanos para o país.
Em 1871 a chamada Lei do Ventre Livre declarava que todos os filhos de escravos nascidos desde então, seria considerados livres. Na prática, pouca coisa mudou, afinal a criança só poderia air de perto da mãe escrava quando completasse a maioridade.
Em 1885 a chamada Lei do Sexagenário declarava livre todos os escravos com mais de 65 anos de idade. Na prática, pouca coisa mudou, afinal, em pleno século XIX, será que um trabalhador escravo, trabalhando cerca de dezesseis horas por dia, com dieta de feijão com farinha e dormindo na insalubridade da senzala chegaria a esta idade.
Quando os negros ficaram livres, significa dizer também que ficaram sem trabalho, sem casa, sem comida, sem seguro-desemprego, etc. Segundo Júlio José Chiavenato, em seu livro "O Negro no Brasil ", a Abolição libertou o homem branco dos escravos.
Em 1888 o Brasil estava praticamente livre da escravidão. Só faltava livrar-se dos escravos e a Lei Áurea regularizou uma situação de fato.
É PASSADO UMA VISÃO DE UMA PRINCESA BOA QUE QUERIA O FIM DA ESCRAVIDÃO
A história não é bem assim, vamos entender melhor isso:
Primeiro que, o fim do trabalho escravo já era debatido na sociedade mundial à anos, desde o iluminismo, passando pela Revolução Industrial e sua necessidade de construir um mercado consumidor para seus produtos e escravo, como não ganha salário, não consome. Assim, a sociedade brasileira sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que substitui este tipo de exploração da mão de obra, por outro mais"moderno."
Como a base da economia brasileira era trabalho escravo, a substituição por "escravos assalariados" não poderia ser feita de forma brusca. Era necessário um processo para que os "nossos" grandes fazendeiros
pudessem adaptar a produção e não ter prejuízos.
Em 1850, por pressão do Imperialismo Inglês, o Brasil promulgou a Lei Euzébio de Queiroz, que proibia o
tráfico de negros, ou seja, não se poderia mais trazer africanos para o país.
Em 1871 a chamada Lei do Ventre Livre declarava que todos os filhos de escravos nascidos desde então, seria considerados livres. Na prática, pouca coisa mudou, afinal a criança só poderia air de perto da mãe escrava quando completasse a maioridade.
Em 1885 a chamada Lei do Sexagenário declarava livre todos os escravos com mais de 65 anos de idade. Na prática, pouca coisa mudou, afinal, em pleno século XIX, será que um trabalhador escravo, trabalhando cerca de dezesseis horas por dia, com dieta de feijão com farinha e dormindo na insalubridade da senzala chegaria a esta idade.
Quando os negros ficaram livres, significa dizer também que ficaram sem trabalho, sem casa, sem comida, sem seguro-desemprego, etc. Segundo Júlio José Chiavenato, em seu livro "O Negro no Brasil ", a Abolição libertou o homem branco dos escravos.
Em 1888 o Brasil estava praticamente livre da escravidão. Só faltava livrar-se dos escravos e a Lei Áurea regularizou uma situação de fato.
O SISTEMA CRIA O MARGINAL
A
IDEOLOGIA DO RACISMO manteve a sua estrutura fundamental, só alterando
as formas da sua manifestação. No período da escravidão, os negros ERAM SEM
ALMA, eram não humanos, portanto passiveis de serem tratados de forma desumana;
na transição da escravidão para o assalariato, os negros eram incompetentes
para trabalhar no novo sistema de contratação, portanto passives de serem
excluídos do mercado formal de trabalho; em seguida, os negros tinham como
alternativa de inserção social a assimilação dos valores brancos inclusive pelo
mascaramento de características visíveis da sua origem via miscigenação.
O Brasil foi o ÚLTIMO país na
América a abolir a escravidão, sendo o país com a SEGUNDA maior população
negra, ficando atrás apenas da Nigéria.
Com a ABOLIÇÃO da escravidão no
Brasil, em 1888, este segmento importante da sociedade brasileira vai ser
jogado, novamente, À MARGEM da sociedade. Uma vez que não terão mais espaço
tanto na lavoura cafeeira como nas plantações de cana de açúcar. Com o advento
da abolição o que vai se verificar é a intensificação do projeto, iniciado com
o governo imperial, de incentivo a IMIGRAÇÃO EUROPÉIA, colocada em prática no
início do século XIX. O objetivo principal da imigração europeia era o
branqueamento da população brasileira.
Os povos negros não terão mais
lugar no espaço rural e o que vai se verificar é um êxodo para as cidades, que
não irão absorver esta mão de obra excedente. Eles ficaram á margem dessa
sociedade que exclui e oprimi o nosso povo. A preferência pelo trabalhador imigrante consolidou o mito
de que o negro era BRONCO e VAGABUNDO.
Temos aí o novo termo que é o
MARGINAL.
Marginal é aquilo que está ás margens de alguma coisa.
Basta assistir os programas
sensacionalistas, que você escutará este termo sempre que estiverem se
referindo a alguém da periferia, mas o termo para eles é para destruir ainda
mais esta pessoa que a sociedade capitalista produziu.
Os negros livres, obrigados à
vagabundagem foram estigmatizados como incorrigíveis malandro, sub homens perigosos para a
moralidade pública. Vagando sem rumo, procurando fixar-se e repudiados, foram
vítimas das autoridades e do revanchismo de antigos proprietários, que mataram
muitos negros.
Por isso até hoje, muitos ainda
vivem em situações precárias e muita gente pensa que isso é culpa deles.